







Este ensaio é um trabalho autoral desenvolvido sob a orientação do Carlos Murad. "Criar, descobrir. A brincadeira que mais me dava prazer de fazer, o desmontar, ver o que tem dentro. Soltar parafuso por parafuso, peça por peça. Ao abrir e ver como cada engrenagem se encaixar, onde vai cada pecinha. Abrir e ligar. Ao ligar escutar a energia correr por todo sistema extremamente complexo para uma criança, mas simples ao seu olhar. Ver as luzinhas se acenderem, elas indicam algo que naquele instante não quer dizer nada, mas no instante seguinte ela fala. Em seguida as engrenagens começam a girar, fazendo suas engenhariazinhas. A brincadeira inocente de destruir, mas é uma destruição que faz bem. A brincadeira ensina sem saber. A brincadeira transforma, se modifica, tornam-se outras. Mas ainda tem dentro de si a mesma brincadeira da curiosidade que deu a forma do que sou. Ainda sim eu me pego brincando da mesma forma. Abrir. Desmontar. Descobrir. Mas se modificou, agora não se tem tanta destruição. Têm reconstrução. Não se quebra. Se concerta. Não deixa de montar. Fecha e volta a funcionar. Depois de tanto desmontar, quebrar, descobrir, agora se cria. Começa do nada monta, desmonta, remonta. No final a brincadeira virou trabalho, o trabalho que não é trabalho, é diversão."